Nossa Sagrada Cegueira!
Em uma avenida notamos pessoas que mais parecem zumbis, disformes,
perdidos e ociosos. Dão á essa avenida o nome de “Cracolandia”, os indivíduos
que vimos na calçada consomem doses exageradas de drogas.
Apesar de não pensarmos nisso, eles tem identidade, data de nascimento
e uma historia de vida, com certeza dramática, para contar. Na mesma via de
transito rápido - e com movimento intenso de transeuntes de diversas origens,
profissões, idades e experiências - Podemos ver a imagem de um templo
religioso, bem construído com uma linda fachada e perfeitamente decorado por
dentro, possui um lindo altar, com lida imagem de um campo cheio de ovelhas
fixado na parede, um púlpito de acrílico, tapetes vermelhos, bancos estofados, um mega equipamento de som, ar condicionado, características que definem a
chamada “nave” da igreja; No subsolo um cantina que mais se parece com aqueles
“café;s” que vemos em aeroportos, varias opções de lanches e bebidas, tais como
sucos, refrigerantes e cappuccino. No mesmo espaço uma loja de produtos
Gospels, quando nela entramos ouvimos um som de uma música que dispara nas
programações de rádios evangélicas. Logo somos atendidos por um simpático
vendedor que nos cumprimenta usando um enfático “A paz do Senhor meu irmão!
posso ajudar?
A loja esta repleta de CD’S, de todos os gêneros, sertanejo, rock,
Hip-hop, todos chamados de música gospel. Bíblias, nem se fala, são tantas!
bíblia do pastor, bíblia do diácono, bíblia do pai, da mãe, da avó... Nessa
lojinha dentro da igreja, vemos uma porção de crentes frenéticos entrando em
busca de uma promoção, procuram o CD que “ta bombando” na rádio, da cantora que
canta aquela música que fala de vitória, ou o DVD daquele pregador famosos que
pregou uma mensagem abençoada no congresso passado. Voltando a “nave da igreja”
ali estão os evangélicos, chagaram cedo, querem sentar nos primeiros bancos,
afinal hoje é dia daquele famoso cantor se apresentar na campanha do milagre extraordinário.
Saímos deste ambiente, não fomos
longe – Não se esqueça de que estamos na mesma avenida – logo podemos contemplar um grupo de quatro rapazes
assentados na calçada, fazem uso de maconha, dividem o mesmo cigarro, soltam a
fumaça pra cima indiscriminadamente; do outro lado tem uma jovem senhora,
também assentada, enrolada em um cobertor velho e sujo, acompanhada pela sua
filha de dois anos de idade que durante todo aquele dia não comeu nada alem de
um pão com manteiga doado por um gari.
A avenida esta cheia de carros, e não param de chagar pessoas em seu,
Vectras, Captivas e etc. Encostam-se à avenida ou procuram estacionamentos,
desembarcam de terno, vestidos de gala, sandálias reluzentes e belas
maquiagens, e como todos os problemas do mundo estivessem resolvidos, entram no
templo e ali choram, cantam, se emocionam. Todas as vezes que o pregador manda,
do auto do altar, que todos digam palavras de efeito como, “sou um vencedor”, “eu
sou um filho do rei” ou “Deus vai dar uma virada em minha vida”, eles o fazem
com profunda convicção e vontade.
Do lado de fora, os mendigos, os viciados em crack, os alcoólatras,
ouvem as músicas premiadas, as “pregações ungidas” e se sentem excluídos dos
planos de Deus, muitos já não acreditam em nada que diz respeito á, como eles
dizem, “esse papo de religião”. Na, mesma cidade, tem pessoas pobres vivendo em
barracões, comendo as sobras da feira, alugando o corpo das filhas na beira das
estradas para por comida em casa, roubando pacotes de macarrão em supermercado fazendo tudo aquilo
que muita gente só faz por causa do desespero e da necessidades.
A pergunta que vem a nossa mente quando vimos isto é: Alguém já leu isso?
"A religião pura e
imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas
tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo." (Tiago 1 : 27)
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